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Como A Inflação Concentra a Renda

Até 1994, a economia brasileira apresentou índices bastante elevados de inflação, mas esses índices nunca foram integralmente repassados aos salários, havendo forte concentração de renda. Por exemplo, se a inflação era de 50%, os salários eram reajustados em 40% , reduzindo o poder aquisitivo dos trabalhadores e aumentando a margem de lucro dos empresários. Mesmo que o índice de reajuste dos salários fosse de 50%, continuaria havendo transferência ou concentração de renda porque, em 1994 , 80% dos trabalhadores brasileiros recebiam até três salários mínimos mensais e a maioria não tinha como investir e proteger seu salário no mercado financeiro para manter o poder de compra do seu dinheiro. Até essa época , nos dias de pagamento de salários, os supermercados eram "invadidos" pela população de baixa renda, que comprava tudo o que seu dinheiro permitisse. Se deixassem suas compras para a semana seguinte, comprariam uma quantidade menor de alimentos porque os preços subiriam. mas o valor do dinheiro não seria reajustado. Em fevereiro de 1990, o índice de inflação atingiu a marca de 84% ao mês, ou seja, quase 3% ao dia; em março de 1944, quando foi implantado o Plano Real, a inflação mensal tinha caído para 28%, mas ainda era muito alta. Nessa época, os 80% das famílias brasileiras que não tinham dinheiro aplicado em bancos sofriam uma enorme perda de poder aquisitivo . Há várias entidades que divulgam índices de inflação, como a FIPE/SP , o IBGE e a FGV, entre outras. Cada uma adota uma metodologia de cálculo própria. Por exemplo, pode-se medir a inflação nos distribuidores atacadistas ou no varejo, para as diferentes classes de renda mensal e até mesmo para as diferentes regiões do país. O índice de inflação é composto por muitas variáveis- alimentação, moradia, transporte, vestuário, educação, saúde, lazer, serviços públicos; portanto varia para diferentes faixas de renda. Por exemplo, se o preço dos alimentos subir, o índice será maior para a população de baixa renda, pois a alimentação tem um peso maior em suas despesas mensais. Por outro lado, se subir o preço das passagens aéreas e dos automóveis , as classes mais abastadas serão mais atingidas. Vamos comparar o efeito da inflação para duas pessoas: uma com salario mensal de R$600 e outra de R$ 6 mil. Para simplificar a comparação e facilitar o entendimento, vamos considerar apenas o efeito do item alimentação nessas duas faixas de renda. A pessoa que ganha R$ 600 gasta, aproximadamente, R$ 200, ou 33,3% do seu salário, com alimentação. Quem ganha R$ 6 mil pode gastar, por exemplo, quatro vezes mais (R$800), e mesmo assim, despenderia apenas 13,3% da sua renda mensal. Se os gastos com  alimentação sofrerem um aumento de 50% , o índice de inflação será de 16,66% para quem ganha R$600 (ou seja, R$,100 a mais do que gastava : R$ 100/600,x100=16,66%), mas apenas 6,66% para quem ganha R$ 6 mil (R$400/6000 x 00 = 6,66%). Como governo divulgava um único índice de inflação, válido para todas as faixas de renda em todo o território nacional, saía perdendo quem ganhava menos. Suponha que o governo divulgasse um índice médio de 11,66%, o qual fosse utilizado para reajuste salarial. O que aconteceria? O trabalhador mais pobre teve uma inflação de 16,66% e seu salario foi reajustado em 11,66% - aumentou seu poder aquisitivo. Imagine isso acontecendo todos os meses durante vários anos seguidos, e perceba o desastre provocado na distribuição de renda nacional entre as diferentes faixas de renda.