São peixes mais antigos , que apresentam um esqueleto complementar cartilaginoso. A classe é representada por cerca de 800 espécies de tubarões, cações e raias , na maioria marinhas. Algumas raias de água doce , como as perigosas raias-de-fogo da Amazônia, que podem injetar veneno com seu ferrão caudal. As grandes mantas e as pequenas raias elétricas , estas do fundo arenoso dos mares , também pertencem a esse grupo. Os tubarões , terríveis carnívoros , alguns atingindo até 7 m de comprimento, desenvolveram várias adaptações para uma caça eficiente. O corpo é alongado, fusiforme, impelido por forte nadadeira caudal. A boca é ampla, ventral , e suas potentes mandíbulas e maxilares têm várias fileiras de dentes pontiagudos , os quais, se forem perdidos, são substituídos por novos , das fileiras mais internas. Já o gigante tubarão-baleia, o maior dos peixes , que chega a 15 m de comprimento , é um inofensivo comedor de plâncton. No corpo dos condríctios são visíveis externamente de cinco a sete pares de fendas branquiais , não protegidas por opérculos , como nos peixes ósseos. A nadadeira caudal é heterocerca, como o ramo dorsal maior do que o ventral, e as nadadeiras pélvicas (ventrais) dos machos são um órgão copulador, o clasper em forma de canaleta . A pele é resistente e tem textura de lixa, pois é toda recoberta por microscópicas escamas placóides, cada uma com dentículo pontiagudo saliente. Os condríctios não apresentam bexiga natatória e precisam manter-se em contínua atividade muscular, caso contrário tendem a afundar. Devido a esse movimento constante , eles gastam muita energia, que é reposta por eficientes mecanismos de captura , digestão e absorção de alimentos. A esse fato estão relacionados a dentição, os potentes sucos digestivos e a longa prega espiral no intestino, que proporciona uma grande superfície para uma boa absorção dos alimentos. Por outro lado, o esqueleto pesa pouco, e o fígado e outros órgãos acumulam óleos. Os condríctios têm uma alta concentração de ureia no sangue, condição denominada uremia fisiológica. Assim, seus líquidos internos ficam com uma concentração próxima à da água do mar. Isso constitui um bom mecanismo de regulação osmótica, pois o animal mantém uma quase isotonia com o seu ambiente aquático de alta salinidade. Os condríctios têm fecundação interna , pois os espermatozoides são passados para a fêmea através do clasper. Há espécies ovíparas , cujos ovos têm a forma de pequenas bolsas marrom-escuras, de parede resistente e com filamentos nas extremidades para a fixação em diferentes substratos. Outros são vivíparos, nascendo os filhotes já completamente formados.
